Desde aquela manhã em que acordara com o bilhete ao seu lado, aquele bilhete manuscrito por aquelas mãos que tinha tido entre as suas, aquele bilhete que ficara como despedida de um amor que parecia não ter fim, desde aquela manhã, que a sua vida tomara um rumo sempre pendente de um acalentado reencontro.
Mergulhou o rosto entre as mãos e abafou os soluços que lhe saltavam do peito. Olhou a foto uma vez mais e percebeu o seu coração a bater pesadamente.
Ai, o coração... como batia forte quando, tímidos, os seus passos o levaram até ela!
Fora ficando fascinado com o seu sorriso, que exalava o perfume das flores abertas ao sol da manhã. Os seus olhos transbordavam lagos verdes de uma perene sedução; os cabelos ondeavam reflexos quentes do sol e todo o seu corpo se movia nessa luz.
Inflamado de paixão e sedento de amor, o seu olhar traiu o que o seu peito encobria. E nesse lume aceso arderam os dois, quando os seus lábios se roçaram...
“Amo-te..." - Ainda ecoava aos seus ouvidos.
- Porque me abandonaste depois da mais bonita noite de amor que me deste? - Soluçava - Senti tanto a tua falta!... Perdi-te... e agora perdi-te para sempre! Fazes-me tanta falta…
Sentia-se inundado por um sentimento de perda irreparável. A esperança que lhe permitira caminhar, toda se esfumara agora como um feitiço quebrado.
O castelo de sonhos que tinha construído desmoronara-se nesse dia em que lhe perdera o rasto. Luísa deixara-o, abandonara-o. Só constatara isso, a muito custo, depois de algumas infrutíferas buscas. Depois acomodara-se. Se era isso que ela queria, tinha que respeitar. Se bem que a esperança, essa, nunca o deixara. Afinal o mundo até nem era assim tão grande.
Seguira com a sua vida. Concluíra o curso e tivera as suas aventuras, mas não se ligara a ninguém. Os seus sonhos residiam na reconstrução daquele castelo desmoronado. Castelo esse que agora se diluía em pó.
Mas, no meio da nuvem de poeira negra, brilhavam duas pedras preciosas que não sabia que existiam. Agora arrancaria força dos escombros do seu peito para, com elas, alicerçar um novo e dourado castelo.
Seguira com a sua vida. Concluíra o curso e tivera as suas aventuras, mas não se ligara a ninguém. Os seus sonhos residiam na reconstrução daquele castelo desmoronado. Castelo esse que agora se diluía em pó.
Mas, no meio da nuvem de poeira negra, brilhavam duas pedras preciosas que não sabia que existiam. Agora arrancaria força dos escombros do seu peito para, com elas, alicerçar um novo e dourado castelo.
19 comentários:
Continuo me encantando com a beleza mágica e a suavidade do teu lindo blog.
Tenha um fim de semana abençoado.
Abraços de Gilbamar.
Quantas vidas existem inacabadas,
Bom fim de semana
beijinhos
Seguir em frente. Construir a esperança. É assim que tem que ser. **
Ah a esperança, que nos dá força até para mover montanhas...
Ainda de olhos sôfregos por mais. Alimentas o imaginário, despertas as emoções. Sinto-me próxima de cada personagem. Já não são só personagens, são vidas que pulsam no meu coração.
Beijinhos
haja inspiração ;))
Atravesso o céu em sonhos
Três aves do mar, três raios de sol, três punhais
Seguem-me apontados à solidão
Ah este vento que sopra nos brandais
Um feliz domingo para ti
Mágico beijo
obrigado pela visita ao casa de paragens, belos textos aqui, de um lirismo profundo que muito me agrada.
Este impaciente vento
Solta a espuma de um escuro mar
Mistura o pranto e o riso
Aprisionados em sal solto no ar
Indomável é a tua vontade
Alimentas o fogo da solidão
Percorres caminhos incertos
Dás inquietação a uma oração
Boa semana
Mágico beijo
Escreves muito bem, gostei de ler.
Estiveste muito bem no RCP. Um bocadinho nervosa de início (nunca mais encontravas Coimbra...), mas passaste muito bem a mensagem.
Tens uma bela voz...
Beijinhos.
Nilson,
um obrigado muito sentido pela tua presença e calor humano.
Há experiências que é bom fazer, quanto mais não seja para avaliar até onde podemos ir ou o que conseguimos fazer.
Acho que não me portei mal, mas poderia ter-me portado melhor se não fosse o nervosismo.
O nervosismo cortou-me as palavras.
Também, via telefone não dava para perceber muito bem tudo o que estava a ser dito no estudio...
Enfim, desculpas :)
Beijinhos e muito, muito obrigada!
a força do sentir jorrando nas palavras.
A vida escrita e sentida.
Bjs e boa semana
Luz e paz
mesmo para a arvore seca , há esprança. Ao contato com as águas, rejuvenecerá e se tornará jovem novamente.....
Olá minha querida
Ainda não tinha visto esta parte ou este blog andava no fa menor diferente agora também adicionei este. É lindo escreve tão bem e vou continuar a ler.
Beijinhos e abracinhos
Luisa B
...sempre em frente até ao mais alto dos céus! que seja;)
Lindo relato. Te mando un beso.
This is so beautiful...thanks for sharing dear :-)
Glorious Her
Hay tantas cosas por descubrir en el mundo...
Muito bem contado e escrito e muito interessante... Bjnhs
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