"Uma gaivota voava, voava,
Asas de vento,
Coração de mar.
Como ela,
Somos livres,
Somos livres de voar."
O dia entardeceu nublado. Aproximei-me do mar para lhe sentir o fresco. O areal cheio de gaivotas pousadas na areia.
Dizem que gaivotas em terra significa tempestade no mar. Que quando o mar está agitado, as gaivotas vêm para a terra. Será isso um sinal a avisar que vai haver tempestade no mar?... O povo também diz: Gaivotas pela terra adentro, sinal de mau tempo. Pressentirão elas o mau tempo? Não sei. Eu gosto de as ver, ao longe. São tão bonitas no ar! Quando voam são muito bonitas, e em terra também o são. Junto ao mar têm-me feito companhia, horas a fio, em dias óptimos e mar espectacular. E marcam a distância: se tento aproximar-me, lá vão elas em voo. São bonitas, ao longe. Fascinam-me com a sua beleza.
Ontem também notei que havia algumas gaivotas onde o mar não é assim tão perto. Andavam à procura de alimento. Uma, que parecia ter uma pata ferida, pulando só na outra pata, ficava para trás. Fiquei com pena.
Lembrei-me do rifão que também já ouvi: gaivotas por terra, ou fome ou guerra. Seja como for, gosto das gaivotas! São como todos nós, como todos os outros seres vivos empenhados na sua sobrevivência. Gostam de peixe, quando há. Quando não têm, comem o que encontrarem.
Canto e recanto aquela canção da gaivota. Uma música simples, canção de embalar, que me emociona. No caminho das pedras é promissor - o que quer que venha, será, com certeza, melhor. A ingenuidade, se calhar, assim me o dita. Meus quinze anos – tempo de semear sonhos.
Fecho os olhos para sentir os sonhos com mais intensidade, e para não sentir mais nada.
Pois eu gosto das gaivotas!
Espero que sejam felizes. Como elas, espero ser livre e feliz.
O tempo está bom para semear sonhos…