Mas como são cada vez menos, as figurinhas!...
Ah, pois, lembro-me de que no ano passado, o meu amigo Zeca me pediu para trocar algumas comigo, das que eu tinha repetidas… mas conseguiu levar-me à certa, deixando-me bem menos das suas do que eu lhe dei das minhas. Das ovelhas levou-me metade do rebanho e, dos músicos, fardados a rigor, ficaram poucos, já nem parece uma banda filarmónica completa… que tonta que eu fui! Bem, é certo que me deu este moinho, parecido com o moinho das sapatilhas, que o meu moleiro não tinha casa; e este poço para a minha lavadeira tirar água e lavar as suas roupas, e mais umas bolas para a árvore de Natal que encontrei agora aqui misturadas com as fitinhas prateadas; por falar nisso, ainda me falta apanhar o pinheiro. É sempre um problema isso, pois, num ano destes que passou, apanhei uma ralhadela do pai por ter cortado um onde não devia, disse que estraguei um pinheirinho novo que estava a crescer e que fazia lá falta. Agora não sei o que faça… se vá procurar algum para cortar – mas eu sei lá onde é que não fará falta?! – ou se não faço árvore de Natal… na verdade, acho que mais importante é o presépio, que representa o nascimento do menino Jesus, e é o que comemoramos no Natal: o nascimento de Jesus. Mas a árvore de Natal, costumava erguê-la por cima da gruta do menino, como que para proteger das investidas da invernia e dar algum aconchego e abrigo àquele local tão inóspito onde teve de nascer o rei dos reis, por não haver lugar para eles nas hospedarias de Belém. É que estavam todas cheias de pessoas vindas de outras regiões, tal como José e Maria que tiveram de vir de Nazaré para darem os seus nomes no recenseamento na cidade onde pertenciam. Tão longe a caminhada a pé, apenas Maria sentada no burrito, pois estava de gravidez avançada e ser-lhe-ia muito penoso vir a pé todo o caminho. Coitadinho do burrito, um bom serviço que prestou a Maria e a Jesus! E, depois, juntamente com a vaquinha que dormia na gruta, ainda aqueceu com o seu bafo o menino depois de ele nascer.