A vida…
Por vezes a vida escapa-se como areia por entre os dedos… e, no vento, levanta um pó fino como neblina que cobre os dias. E não se consegue ver nada para além dessa penumbra.
Os dias tornam-se páginas escritas de horas doridas, em que cada minuto teima em ser uma frase sem sentido, e em que cada segundo voa numa recordação que não se consegue escrever com letras. E o silêncio é uma falha na pontuação.
Sei que ainda sou pequena para compreender muita coisa. O meu entendimento tem o limite das coisas simples. Mas mesmo assim, tento arranjar respostas nas coisas pequenas, como as estrelas que brilham de noite… e, apesar do que não me dizem, mesmo sem perceber, vou pensando que deve ser tão natural morrer como nascer. Se assim não fosse, não nasciam e morriam também as flores… e as folhas das árvores… e a minha gatinha branca. A Princesa nasceu, cresceu, brincou, foi feliz, mas ficou doente quando um carro a atirou para a valeta. Depois ela morreu. Mas eu não queria que ela morresse. Mas também não queria que ela tivesse dores, porque se não tivesse morrido teria muitas dores e já não seria feliz. Se tivesse ficado a sofrer com dores era mais horrível. O melhor mesmo era nunca ter ficado doente. Mas também as flores acabam por adoecer e morrer quando as cortamos para pôr na jarra em cima da mesa. E se não as apanhamos do jardim acabam por secar passado o seu tempo, tal como as folhas das árvores quando acaba o verão.
Por vezes a vida escapa-se como areia por entre os dedos… e, no vento, levanta um pó fino como neblina que cobre os dias. E não se consegue ver nada para além dessa penumbra.
Os dias tornam-se páginas escritas de horas doridas, em que cada minuto teima em ser uma frase sem sentido, e em que cada segundo voa numa recordação que não se consegue escrever com letras. E o silêncio é uma falha na pontuação.
Sei que ainda sou pequena para compreender muita coisa. O meu entendimento tem o limite das coisas simples. Mas mesmo assim, tento arranjar respostas nas coisas pequenas, como as estrelas que brilham de noite… e, apesar do que não me dizem, mesmo sem perceber, vou pensando que deve ser tão natural morrer como nascer. Se assim não fosse, não nasciam e morriam também as flores… e as folhas das árvores… e a minha gatinha branca. A Princesa nasceu, cresceu, brincou, foi feliz, mas ficou doente quando um carro a atirou para a valeta. Depois ela morreu. Mas eu não queria que ela morresse. Mas também não queria que ela tivesse dores, porque se não tivesse morrido teria muitas dores e já não seria feliz. Se tivesse ficado a sofrer com dores era mais horrível. O melhor mesmo era nunca ter ficado doente. Mas também as flores acabam por adoecer e morrer quando as cortamos para pôr na jarra em cima da mesa. E se não as apanhamos do jardim acabam por secar passado o seu tempo, tal como as folhas das árvores quando acaba o verão.
A vida é assim! No fim, fica a ausência das folhas nos ramos das árvores e a saudade dos dias floridos.
15 comentários:
Muito bem! Mais do que a areia que se nos escapa por entre os dedos é a carícia que esta nos deixa, que nos conforta no final.
A aprendizagem da vida, tão bem descrita...
E é mesmo nas coisas pequenas que se encontram as respostas!
... aprender a conviver com a finitude das pessoas e das coisas não é fácil, mas a recordação dos bons momentos poderá ser um lenitivo...
Fá,
Na vida tudo tem a sua razão de ser, até porque como tudo, também a vida é um ciclo que da mesma forma que se abre, também se fecha.
Gostei particularmente da frase: "o silêncio é uma falha na pontuação".
Bjs.
A vida é assim. Mas as folhas se renovam. Sempre. :) Boa semana!
A Vida é mesmo assim...Mas há sempre que esperar que os dias floridos voltem para nos alegrar
O Nascer,O Viver e O Morrer... São três amigos que não se podem separar, eles existem no palco da nossa vida e cada um tem o seu tempo de antena.
Eles fazem parte do nosso BI
Gostei desta linda história que de uma maneira simples apresenta as realidades da vida
Amiga Fa menor,
Lindo texto o que enforma este seu post. Parabéns.
Se quiser ir ver mais uma receita simples e deliciosa, pode ir espreitar o meu blogue.
Um abraço
António Machado
um "poema" de amor .... à VIDA
.
um beijo
. assertivo . ampla.mente assertivo .
. sei tão bem do que dizem estas sílabas .
. e re.dizem os dias tantos em que são assim .
. um beijo meu ,,,
. sempre ,
. paulo .
*
profundo texto,
parabens e obrigado,
,
conchinhas coloridas, deixo,
,
*
Corre assombração
Vai para outro mundo numa toada de vento
Afasta de mim este cálice
Deixa-me aprisionar a morte na vida por um momento
Deixa-me sentir com a alegria dos sentidos
Deixa-me acreditar no voo do por-do-sol
Deixa-me beijar as águas de um lago feliz
Deixa-me navegar sem rumo, perder o control
Bom domingo
Mágico beijo
"Fica a ausência das folhas nos ramos das árvores e a saudade dos dias floridos".
Olá, querida amiga Fá!
Bom ter vindo conferir o link.
Gostei de ler aqui sobre a saudade que todos sentimos dos dias floridos.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno
This is very insightful and beautiful...thanks for sharing dear :-)
Beauty and Fashion
De uma sensibilidade imensa e de uma verdade absoluta.
Um beijo
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