18/09/2020

Subir o Caminho VII

As pedras... Por vezes as pedras que nos surgem no caminho são ásperas e pesadas, impossíveis de remover. Pedregulhos e penedos soltos que têm de ser contornados para encontrarmos um caminho mais macio e sereno. Caminho que se vai fazendo ao caminhar, a cada passada. 

Quando a vida flui e caminhamos naturalmente pelos nossos pés, livres e sacudidos, sem dores musculares ou nas articulações, desimpedidos de muletas ou bengalas, torna-se mais fácil a caminhada, mas não isenta de tropeços ou atrasos. Há sempre que prestar atenção às pedras do caminho. Elas estão por lá. Podem espreitar onde não esperamos. Até num caminho já tantas vezes trilhado, podemos ser surpreendidos, apanhados desprevenidos por um grande calhau ou pedranceira, rolados do alto, estatelados ao comprido, sem eira nem beira. Há que contornar, ultrapassar, e seguir.

A Vida é o que é; e as pedras sempre serão o que são. É isso que temos que interiorizar, porque não podemos mudar isso. Nada a fazer senão aceitar, por muito que nos custe e atrapalhe o nosso caminho. Desviemo-nos, portanto, dos pedregulhos. Não deixemos que nos importunem, e prossigamos a caminhada sem que nos embaracem os passos. 

Pedras no caminho sempre as houve. Há que aprender com o passado para caminhar no agora, rumo ao futuro idealizado. Mas quem aprende?...

Há montes e vales, riachos de água fresca, desertos, oásis... e tantas mais coisas que fazem parte do caminho. Da subida.

Há também as asas do vento e o embalo do sentimento, para ir saboreando algum pequeno voo.

Mas uma certeza nos deve guiar: não caminhamos sozinhos. E isso nos deve animar.


“Eu caminho, sem ver o caminho
Eu caminho por sendas de paz.
Mas eu sei que há alguém
que me ajuda no caminho.
Mas eu sei que há alguém
e com Ele irei caminhar.”

(Sendas de Paz)


poderá também gostar de:

Mais Rabiscos