A vida é composta de tantos momentos!
Por vezes andamos ao sabor das ondas, outras vezes somos nós que imprimimos o rumo ao nosso barco, e tantas vezes contra a corrente.
Algumas vezes podemos ir no seu embalo, outras devemos resguardar-nos. É preciso que encontremos o equilíbrio. Não nos releguemos para segundo plano, porque não nos podemos deixar fraquejar perante as cantigas das ondas; recebamos os seus beijos mas recusemos o seu jugo.
Por vezes também precisamos que mais Alguém pegue nos nossos remos e reme connosco ou por nós. Pois muitas vezes o vento embala-nos, mas outras fustiga-nos.
Não podemos deixar que a fúria do vento nos seque a alma, mas antes, deixemo-nos impregnar da suavidade da brisa mais ligeira, para que sejam os nossos dias como seda pura.
E há sempre alguma (in)transparência na nossa vida que nos aquieta os passos por momentos – mais ou menos longos. Importa conseguir ver a luz para lá de qualquer neblina. Observar a luz evita certas tormentas.
Convém estarmos abertos à aprendizagem – há quem nunca aprenda! –, a vida permite-nos aprender, tantas vezes a duras penas. Somemos vivências, todas as vivências, e depois guardemos só o que for bom de guardar.
Acima de tudo, devemos ter consciência do que valemos, de modo a manter os pés bem assentes no chão: nem subir às nuvens, nem enfiar-nos num buraco. Mesmo que chegue a hora em que nos sentimos entre o voo e as pedras do caminho; por vezes atalho no silêncio, grito mudo de penitência e ou contemplação.
A infância teceu-nos alvoradas na alma, que mais tarde nos fogem das mãos gretadas.
Não nos resignemos!