Parece que foi ontem e, no entanto, já passou algum tempo desde o início das aulas. Estamos a iniciar o segundo período e, vendo agora com algum distanciamento, aquela exclusão inicial, de que me senti vítima, parece-me ter sido tempestade num copo de água. Mas que foi um sentimento avassalador, que me transtornou imenso, isso foi. Contudo, este acabou por se ir esbatendo, até estar completamente erodido. Pouco tempo depois, acabei por comungar plenamente das actividades da turma, quer nas aulas, quer no recreio.
Agora, após uma pequenas férias, é altura de recomeçar.
A Helena, a Cidália e eu, vamos sempre no mesmo autocarro, de manhã. Hoje, ao chegarmos, deparámo-nos com a vila inundada. Choveu muito e os rios transbordaram, alagando toda a Várzea… e não só. A água chegou perto do colégio, mesmo à estrada onde temos de passar a pé. Parece o mar no espaço que fica entre os dois rios; estes nem se distinguem, tal a fusão das águas num único todo. O colégio - um prédio alto - lembra-me um farol, numa ponta de terra que quase toca esse mar. Cheguei lá com os pés encharcados. Nem outra coisa era de esperar: com a água a chegar à estrada era impossível passar sem molhar os pés, dado que a água atravessava a estrada em alguns pontos. Valeu-me levar na mala as sapatilhas de ginástica, senão ficava com os pés molhados o dia todo; mas até estas encharquei na volta para casa.
Isto fez-me lembrar um dia no regresso da escola primária: as valetas iam cheias de água, por causa das chuvas abundantes que tinham caído, o que me despertou a vontade de chapinhar. Não sendo capaz de resistir, mergulhei os pés, de galochas calçadas, pela valeta fora, numa caminhada compassada, amortecida por aquela água corrente. Sabia tão bem! Só que, num sítio mais fundo, as galochas acabaram por encher de água. Quando cheguei a casa, é claro que apanhei um grande ralhete da mãe, que teve que pôr as galochas a secar ao lume, uma vez que não havia sol.
Desta vez também não se vê o sol, nem o céu azul. É só nuvens cinzentas a ameaçar mais chuva. E apanhei outro ralhete da mãe. Mas desta vez não tive culpa.
Agora, após uma pequenas férias, é altura de recomeçar.
A Helena, a Cidália e eu, vamos sempre no mesmo autocarro, de manhã. Hoje, ao chegarmos, deparámo-nos com a vila inundada. Choveu muito e os rios transbordaram, alagando toda a Várzea… e não só. A água chegou perto do colégio, mesmo à estrada onde temos de passar a pé. Parece o mar no espaço que fica entre os dois rios; estes nem se distinguem, tal a fusão das águas num único todo. O colégio - um prédio alto - lembra-me um farol, numa ponta de terra que quase toca esse mar. Cheguei lá com os pés encharcados. Nem outra coisa era de esperar: com a água a chegar à estrada era impossível passar sem molhar os pés, dado que a água atravessava a estrada em alguns pontos. Valeu-me levar na mala as sapatilhas de ginástica, senão ficava com os pés molhados o dia todo; mas até estas encharquei na volta para casa.
Isto fez-me lembrar um dia no regresso da escola primária: as valetas iam cheias de água, por causa das chuvas abundantes que tinham caído, o que me despertou a vontade de chapinhar. Não sendo capaz de resistir, mergulhei os pés, de galochas calçadas, pela valeta fora, numa caminhada compassada, amortecida por aquela água corrente. Sabia tão bem! Só que, num sítio mais fundo, as galochas acabaram por encher de água. Quando cheguei a casa, é claro que apanhei um grande ralhete da mãe, que teve que pôr as galochas a secar ao lume, uma vez que não havia sol.
Desta vez também não se vê o sol, nem o céu azul. É só nuvens cinzentas a ameaçar mais chuva. E apanhei outro ralhete da mãe. Mas desta vez não tive culpa.
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publicação no Eremitério