- Isto mais parece um SALSIFRÉ, saído de uma qualquer FÁBULA ESCAGANIFOBÉTICA!
Assim disparou dona Prazeres, toda finesse, de braço dado ao seu NOVO namorado, enquanto percorriam a galeria.
- Não gostas, minha querida? – Pergunta-lhe o namorado, com o sorriso a esmorecer-lhe nos lábios.
- Não! E não vais QUERER que eu diga que gosto, só para te fazer o jeito!
Luizinho sentiu-se à DERIVA, a ficar sem pinga de sangue. Tinha preparado a exposição com tanta PAIXÃO, com tanto amor e dedicação… e agora… agora o resultado era esta insatisfação!
- Estás a mangar… não vês que isto é arte, minha querida?! – Refere ainda com alguma exaltação. – Um estilo de arte muito SINGULAR!
- Arte? Chamas arte a estas esborratadelas, a estas bacias cheias de mazelas, a estes cacos espalhados pelo chão?
O namorado, coitado, a sentir-se mal-amado, não queria acreditar neste AUTÊNTICO descalabro. Ele que pensara fazer-lhe uma surpresa, daquilo que, para si, constituía uma proeza, e ficava agora mudo e quedo, debatendo-se entre o argumentar e o encolher-se num canto a chorar.
Ele bem sabia como a dona Prazeres era difícil de contentar… mas ainda pensara em fazê-la RENASCER com a sua arte… talvez que nisso ela pusesse um LÍMPIDO olhar. Mas, qual quê? O seu SUPREMO mau feitio tinha que dar o seu sinal! E foi isso que fez com que a coisa azedasse e tivesse corrido mal.
Mas então, o Luizinho, longe de estar resignado à sua sorte, replica-lhe num rasgo audaz:
- Pois olhe, minha querida, não é assim que se conquista o coração cá do rapaz!
(Mais um texto das 12 Palavras - 10.º jogo )