Caminham em fila indiana, pela beirinha do ribeiro, cinco figurinhas miúdas, baixinhas, pequeninas. Tão pequeninas, tão delicadas, que uma brisa, que lhes soprasse, as poderia fazer desequilibrar e tombar sem remédio em direcção ao riacho. Por isso, cautelosamente, a família avança em direcção a uma casinha, num cantinho mais escondido na aldeia dos anõezinhos, que fica na clareira da floresta das magnólias e das hortênsias.
À frente, a mãe guia o seu pequenino rebanho. Atrás, o pai protege-os, orgulhoso da sua prole. O Becas, o Bicas e o Bocas, três destemidos guerreiros (incapazes de fazer mal a um rato), seguem, alegres e travessos, escoltados pelas suas chefias.
Já são uns rapazinhos, não muito criancinhas, mas ainda gostam de brincar às escondidas e à apanhada uns com os outros e, também, aos domingos, com os seus amiguinhos.
O Bocas é o mais pequeno dos três. Não por ser o mais novo, mas porque a sua constituição mais franzina o deixou mais pequeno do que os irmãos. É também este o mais brincalhão e namoradeiro, sempre rodeado pelas mais lindas catraias da aldeia. É engraçado observar as partidas que gosta de pregar às rapariguitas, e que elas, todas sorridentes, não se atrevem a levar a mal, ficando, até, à espera para ver qual é a próxima contemplada com uma maldadezita das dele. Ele gosta de todas elas sem distinção… ah! mas há uma que, aos poucos, lhe vai prendendo mais a atenção.
Coitadito do Bocas!... Quando se acerca das suas amiguinhas, começa a ficar com um apertozinho no coração… e não sabe o que fazer para as tratar a todas por igual, pois aquela, para ele, começa a ser muito especial.
Atrás dos seus irmãos, o Bocas vai caminhando mas sem sentir muito o caminho, esquecendo-se de brincar amiúde como é seu costume. Vai um pouco pensativo, dando voltas para encontrar uma maneira de descalçar aquela bota, antes de arranjar um trinta e um.
Pois… magicava ele, para com os seus botões, que se não conseguir mudar a situação, um dia ainda haverão de começar a contar assim a sua história:
“Era uma vez um anão que teve três filhos, o Becas, o Bicas e o Bocas. Este último era tão pequeno, mas tão pequeno, que quando casou foi viver para dentro de um sapato número trinta e dois!”
Publicado no Ticho para o Desafio: Os Três Anões
À frente, a mãe guia o seu pequenino rebanho. Atrás, o pai protege-os, orgulhoso da sua prole. O Becas, o Bicas e o Bocas, três destemidos guerreiros (incapazes de fazer mal a um rato), seguem, alegres e travessos, escoltados pelas suas chefias.
Já são uns rapazinhos, não muito criancinhas, mas ainda gostam de brincar às escondidas e à apanhada uns com os outros e, também, aos domingos, com os seus amiguinhos.
O Bocas é o mais pequeno dos três. Não por ser o mais novo, mas porque a sua constituição mais franzina o deixou mais pequeno do que os irmãos. É também este o mais brincalhão e namoradeiro, sempre rodeado pelas mais lindas catraias da aldeia. É engraçado observar as partidas que gosta de pregar às rapariguitas, e que elas, todas sorridentes, não se atrevem a levar a mal, ficando, até, à espera para ver qual é a próxima contemplada com uma maldadezita das dele. Ele gosta de todas elas sem distinção… ah! mas há uma que, aos poucos, lhe vai prendendo mais a atenção.
Coitadito do Bocas!... Quando se acerca das suas amiguinhas, começa a ficar com um apertozinho no coração… e não sabe o que fazer para as tratar a todas por igual, pois aquela, para ele, começa a ser muito especial.
Atrás dos seus irmãos, o Bocas vai caminhando mas sem sentir muito o caminho, esquecendo-se de brincar amiúde como é seu costume. Vai um pouco pensativo, dando voltas para encontrar uma maneira de descalçar aquela bota, antes de arranjar um trinta e um.
Pois… magicava ele, para com os seus botões, que se não conseguir mudar a situação, um dia ainda haverão de começar a contar assim a sua história:
“Era uma vez um anão que teve três filhos, o Becas, o Bicas e o Bocas. Este último era tão pequeno, mas tão pequeno, que quando casou foi viver para dentro de um sapato número trinta e dois!”
Publicado no Ticho para o Desafio: Os Três Anões
20 comentários:
Já tinha deixado um comentário no Ticho, mas vim aqui também para conhecer este espaço. Parabéns por uma história tão leve quanto encantadora!
Um abraço,
Isabel
Ola querida,
Obrigada por partilhares no meu espaço a tua escrita e por embarcares comigo nestes desafios que me assaltam a ideia...
Continua sempre a escrever mais e mais... bem sabes o quanto gosto de te ler... Normalmente em silencio por aqui.
Beijinho grande
Existe sempre uma diferença? Por mais iguais que sejamos... gostei da história.
Cara Amiga Fa menor,
Encantadora história repleta de imagens e alegorias. Muitos parabéns.
Obrigado pela sua visita ao nosso espaço.
Um abraço
José António
Amiga Fa,
Já é a segunda vez que tento enviar comentário o meu pc não anda bem e desliga..deve ser para me obrigar a escrever mais eheh
Queria dizer que andava à espreita no Ticho do teu texto pois já tinha visto o desafio proposto e achei engraçado o tema.
Ficou uma vez mais ....lindíssimo adorei mesmo muito.
Há que se começar a pensar num prémio pois mereces.
Arrebatas com a tua natural escrita plena de simplicidade e magia como eu tanto aprecio. Prendes-nos ma depois deixas-nos...gostaria de continaur a ler mais e mais...
Beijinhos e abracinhos não do tamanho do Bocas nem do Bicas mas do meu tamanho ;-)
Olá Fa Menor,
muito linda esta história dos três anões, simpática leve e divertida!
Beijinhos,
Ana Martins
Ai carambas, que me fizeste lembrar a serie do Bocas...
Bonito extracto
Bjos daqui
Pierrot
LINDO!!!
Lisa B,
Andou pelo Ticho? E que tal enviar tambem uma resposta ao desafio? ;)
Concordo perfeitamente que qualquer dia a nossa amiga Fa terá que ter ai um contacto mais imediato com o mundo... no geral... hum... ainda nao desisti da ideia...
Beijocas
Está engracadissima!!! Gostei bastante. Voltarei!
Como sempre soubeste "agarrar" no desafio e fazeres daí uma história cheia de interesse. Parabéns!
(eu desta vez fiquei de fora...)
Olá meninas Fa e Cátia,
Pois...pois...eheh acham-me capaz de dar conta do recado?
Eu não sei bem como se processa esses desafios se me explicarem as regras até posso tentar.
Existem números de linhas , palavras? Quanto se pode escrever? Nunca participei e pelo que vou lendo minhas lindas esses desafios já decorrem há uns tempos. Pensava até que seria s´´o para quem se inscreveu desde o inicio do mesmo.
Beijinhos e obrigada pelo convite.
Que bonito... *
MUITO e muito obrigada pelos generosos comentários ao meu conto.
Grande abraço,
Isabel
bonito sem dúvida óptimo fim de semana...
Olá
Também gostei muito.
Parece que em meio da hitória nós já vamos nesse conjunto.
Deixamos de ser como somos e tornamo-nos anões seguindo-os e procurando aprender as suas alegrias e os seus problemas
Muito engraçada esta historinha!
Parabéns. Gostei deste espaço com boa escrita.
Bom fim-de-semana e saudações.
Jorge Sineiro
Querida amiga,
Estou um pouco "down", coisas do meu pequenito.
Andava eu a tentar corresponder ao desafio da Cátia mas hoje ao entrar vejo um poema muito bem escrito e que por incrível que pareça eu estava a usar a mesmíssima ideia o Amor a Paz e a Esperança. Sei que são diferentes os textos mas já não me sinto bem em enviar, não acho bem.
Portanto fica o desafio para uma próxima vez.
Não deixa de ser engraçado e interessante como duas pessoas podem ter pensamentos tão parecidos...fiquei aqui a pensar nisto.
Beijinhos
Querida
Este episódio é para alguma animação? Ou livrinho colorido?
Como são muitos...já te disse que te espero na sala dos *ÒSCARES*???
Vai até lá e procura pelo teu nome.
Abraços meus
o tsunami continua por estes lados.
Mariz
Divertido, criativo e inteligente. Parabéns minha amiga.
Fraterno abraço do amigo Gilbamar.
Enviar um comentário