O sorriso já de si amargo morreu-lhe por completo nos lábios; a luz esmoreceu-lhe no olhar. O brilho opaco que ainda despontava no seu rosto foi-se apagando como uma torcida que deixa de fumegar.
O lume vai-se lentamente apagando na fogueira já gasta. Não quer arder. Não quer cintilar. Gasta. Apagada. Sem fulgor. Tudo é negro no canto cada vez mais escuro. Vai-se extinguindo a lenha dando lugar à cinza que se vai acumulando e encobrindo, porventura, algum brasido ainda quente. Um coração, ainda rubro, que teima em não parar de bater. Mas por quanto tempo mais, se um mundo de escombros em putrefacção lhe rasgam as carnes e a alma? Só cinza. Lixo. À sua volta o que mais encontra é lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo…
Cinzas?
O lume vai-se lentamente apagando na fogueira já gasta. Não quer arder. Não quer cintilar. Gasta. Apagada. Sem fulgor. Tudo é negro no canto cada vez mais escuro. Vai-se extinguindo a lenha dando lugar à cinza que se vai acumulando e encobrindo, porventura, algum brasido ainda quente. Um coração, ainda rubro, que teima em não parar de bater. Mas por quanto tempo mais, se um mundo de escombros em putrefacção lhe rasgam as carnes e a alma? Só cinza. Lixo. À sua volta o que mais encontra é lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo…
Cinzas?
Uma elipse sobre uma chama que se consome... e o lixo que fica para além das cinzas!
ResponderEliminarA velhice a chegar....
ResponderEliminarHoje há núvens muito sombrias cobrindo a habitual claridade do olhar...
ResponderEliminarPassei pelo teu mundo e de pé aplaudo os teus textos... estás de parabéns pelos belos momentos.
ResponderEliminarCom amizade
Luis
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ResponderEliminare das cinzas
a pureza nasce . . .
,
renascidas conchinhas, deixo,
,
*
A cinza às vezes esconde lindos tesouros, uma pequena flor, uma pedra brilhante. Há que arregaçar as mangas, limpar o lixo e deixar a luz entrar.
ResponderEliminarBeijinho
Ruthia
Em qualquer caso, o coração é o primeiro a morrer... Por isso, apesar do lixo e da cinza que se vão acumulando à nossa volta, ainda há vida enquanto o coração estiver rubro... Essa vida, no entanto, vai perdendo qualidade... é a vida...
ResponderEliminarFá, um bom fim de semana.
Beijo.
A terra está em vias de extinção. O caso é sério e praticamente ninguém trata o assunto como ele merece. O planeta está a morrer e tem só lixo a boiar à sua volta. Tratam a casa comum como se faz com um mendigo. Que loucura!
ResponderEliminarGostei do texto, tem pano para mangas.
Beijinhos
Bem trágico!...
ResponderEliminarVamos cuidando do lixo, o melhor que soubermos...
Beijinhos
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Como poderá recuperar o moribundo, o doente terminal que é, por exemplo, a sociedade ocidental?
ResponderEliminarSem cinzas pode-se renascer das cinzas?
Curto e pungente. Excelente texto-reflexão sobre a vida que se extingue...
ResponderEliminarBeijo
Uma súmula poderosa do desanimo humano.
ResponderEliminarGostei
Desgarrador poema en las cenizas puede haber una luz. Te mando un beso
ResponderEliminarÉ preciso olhos de lince para vislumbrar sinais de esperança!
ResponderEliminarAbraços
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De qualquer modo, é um bom momento de leitura,
ResponderEliminarpela qualidade da escrita...
Beijinho
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From the ashes you can be reborn. From the garbage... I don't know.
ResponderEliminarForte, Fá! Muito bom!
ResponderEliminarCinza, realmente, Fa! Mas sabemos que sob elas, muitas vezes, as brasas permanecem. Belo post, amiga; meu abraço, boa semana.
ResponderEliminarRenascer das cinzas é bom Fá ´,~`)
ResponderEliminarBom fim de Semana, belo dia em toda a harmonia, beijinhos.