Os pássaros grandes, quando intentam urdir um ninheiro, não têm comiseração de qualquer espécie.
Maldita droga!
Tenho tanta pena de não te conseguir dar a mão!
Tenho tanta pena de que a droga seja o teu pão!
Tenho tanta pena de que, quando te ia conseguindo a recuperação, a tua mãe não tenha permitido, dizendo que não ia deixar o filho recluso num Eremitério, sem poder ter a família por perto. No entanto, agora que a começaste a odiar, lavou de ti as mãos!
Essa aleivosia empurrou-te para as ruínas da cidade, onde te perdes numa infinitude de delinquência e miséria.
Lembras-te Tó, quando eras ainda um miúdo no último ano da catequese, e no grupo te indagámos se era verdade que fumavas charros?
Nem sequer te remeteste ao silêncio. Negaste. E soubeste tão bem negar, com um tão grande misticismo, que todos fingimos acreditar. Mas fiquei de olho em ti.
O teu pai chegou a falar-me da tua inteligência como uma enorme preciosidade. E eu sei que assim era. Mas começaste a fumar cada vez mais e foste enredado totalmente nas malhas dessa teia impiedosa.
Quando ainda estarias a tempo, sabes bem como demos os passos necessários a que mudasses de ares, para te libertares desse vício assassino… mas à última hora, foste levado a não sair de casa. Mais tarde, outros te tentaram ajudar e te conseguiram internar. Mas, esse sincelo que se despenhou e se espetou em ti, já estava por demais enterrado que nunca mais te abandonou.
Tenho tanta pena de não conseguir encontrar o unguento eficaz que te cure as feridas, para que ganhes o ânimo necessário a te libertares desse reino dos mortos vivos!
Maldita droga!
Maldita droga!
Tenho tanta pena de não te conseguir dar a mão!
Tenho tanta pena de que a droga seja o teu pão!
Tenho tanta pena de que, quando te ia conseguindo a recuperação, a tua mãe não tenha permitido, dizendo que não ia deixar o filho recluso num Eremitério, sem poder ter a família por perto. No entanto, agora que a começaste a odiar, lavou de ti as mãos!
Essa aleivosia empurrou-te para as ruínas da cidade, onde te perdes numa infinitude de delinquência e miséria.
Lembras-te Tó, quando eras ainda um miúdo no último ano da catequese, e no grupo te indagámos se era verdade que fumavas charros?
Nem sequer te remeteste ao silêncio. Negaste. E soubeste tão bem negar, com um tão grande misticismo, que todos fingimos acreditar. Mas fiquei de olho em ti.
O teu pai chegou a falar-me da tua inteligência como uma enorme preciosidade. E eu sei que assim era. Mas começaste a fumar cada vez mais e foste enredado totalmente nas malhas dessa teia impiedosa.
Quando ainda estarias a tempo, sabes bem como demos os passos necessários a que mudasses de ares, para te libertares desse vício assassino… mas à última hora, foste levado a não sair de casa. Mais tarde, outros te tentaram ajudar e te conseguiram internar. Mas, esse sincelo que se despenhou e se espetou em ti, já estava por demais enterrado que nunca mais te abandonou.
Tenho tanta pena de não conseguir encontrar o unguento eficaz que te cure as feridas, para que ganhes o ânimo necessário a te libertares desse reino dos mortos vivos!
Maldita droga!
(Texto do 8.º Jogo das Doze Palavras)
16 comentários:
Esse é um combate desigual, não existe unguento nem amor que por vezes lhe acuda...
Minha querida,
Adorei, simplesmente adorei este teu texto, fantastico! Acho que falas de um tema muito importante e que é preciso salientar, pois infelizmente está cada vez mais presente nas nossas amizades, nas nossas familias e que é tao dificil de lutar. Uma luta desigual, sim...
Parabens pelo texto!
Muitos bijinhos
Olá amiga,
Drogas e outras que não chamamos de droga mas que agem como tal, alienando as pessoas do mundo real.
Mas...por vezes dou comigo a pensar, não fosse o mal que elas fazem ao organismo de quem as consome e ao humor que depois os transtorna na ausência, este Mundo, por vezes origina esta "fuga" de tentar não olhar o que por cá vai, há tanta coisa bela na natureza mas...tantas outras coisas feias, horríveis de se ver e ouvir e há quem de certa forma tente fugir disso tudo não pensando muito nas consequências.
Não me refiro a esse caso em particular mas a muitos que fui tendo conhecimento e onde tentei dar a mão de ajuda sem sucesso infelizmente.
k bem k m lembro desta situaçao no ultimo ano d catequese.poderia ter sido ai que tudo terminara.ms é o destino d cada um, infelizmente este rapaz nao teve a sorte d ter uma familia k o ajudasse. é muito triste, pior mesmo é saber que tantos se encontram neste mundo dos mortos vivos.
que Deus o ajude na solidão em que se encontra.
texto profundo e real.
forte que nos puxa pela consciência e reflexão.
"maldita droga"...infelizmente.
beco sem saída.
Como sempre, uma história muito bem urdida!
Beijo:))
Quando as letras nos soltam um rabisco de revolta, a imaginação deixa-nos fuir, num canto fácil de um violino.
Parabéns pela música escolhida e pelos sentimentos invocados!
:)
Gostei imenso do texto. :) Beijinho
Slvé amiga!
Que luta inglóra...
Quando o "não consigo" se sobrepõe á força intrínseca...o resultado está aí!
Que a libertação chegue!
Abraço de sempre
Mariz
ESPAVO!
Um fantástico texto!!
Foi um enorme prazer ter-te conhecido pessoalmente no sábado passado. Agradeço as tuas palavras. Obrigada pelo carinho. Beijos.
Infelizmento o caminho negro da droga muitas vezes não tem volta. Felizes os que conseguem escapar desse demônio químico.
Deixo meu fraterno abraço amigo.
Terrível vício, o que estraga tantas vidas. Muito bem escrito, o teu texto.
Gostei muito de te conhecer, no sábado. Beijo
Que lindo texto! Que problema terrível!
Beijinhos
Excelente, mas só de ler dói...
Abraços
~~~~~~~~
Excelente!
Bom final de semana.
Beijos carinhosos.
Olá, Fá, maravilhoso texto que comove muito ao pensarmos das dores dos pais e do próprio filho que não teve forças, pois qualquer droga é potente e desafiante! E os pais sabem disso, quanto sofrimento!
Aplaudo teu maravilhoso e tocante texto, amiga!
Infelizmente isso existe...e com muita força.
Uma feliz semana, Fá.
Um beijinho.
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