23/06/2009

Finalmente


Os braços estendidos com as mãos abertas são asas que planam ancoradas à ânsia de um encontro perdido de afecto; planar é uma forma de suster a respiração, para absorver uma explosão de sentidos inebriante.
 Há uma tela a tingir-se de um colorido novo: a entrada de dois passarinhos com a insegurança de um primeiro voo. Dois olhitos ansiosos, seguidos de outros dois assustados, exploram o espaço desconhecido. Ao fundo, a luz: a figura central, única. Agora, nada mais importa. As pernitas saltitam sem sentir o chão e os bracitos abrem-se e esticam-se para abarcar toda a emoção e deixar esvair toda a saudade, numa configuração de amor e terapia. Dói. Oprime. Sufoca. Mas é vida que flui. Chovem beijos salgados, prisioneiros de um mar de abraços, em sucessivas ondas, que acabam por se espraiar até ao relaxamento; uma dança de mãos que acariciam rostos, de olhares e sons que traduzem a grandiosidade do colo de mãe.
 Agora, nada mais importa: só mãe e filhos juntos, de novo!

18 comentários:

  1. A mãe sempre foi um mar em que mergulahmos depois de termos nascido dele...

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  2. - A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive.
    um beijo

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  3. Tocou-me demasiado.
    Sei o que dói. Infelizmente, sei isso e muito mais, que nunca imaginei sequer...
    Um beijo.

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  4. Nascem a todo o instante
    Os sentires vindos da alma
    Tatuados a cada semblante

    Um beijo na tua procura
    Um abraço fica suspenso
    Um sorriso desponta da tristeza
    Um olhar prende o momento


    Boa semana



    Doce beijo

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  5. Depende da mãe, depende de como ama ou não as suas crianças...

    Beijinho.

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  6. Querida Amiga Fa menor,

    Lindíssimo texto, cheio de profundidade amorosa e solidariedade, com figuras de estilo a condizer.

    Parabéns.

    Um braço

    José António

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  7. Olá, desde já agradeço a sua visita e as suas palavras no meu blog, adorei vir aqui e sentir desta forma todos estes sentimentos.
    Voltarei sempre.
    Bruno Cardona.

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  8. Todos os que vivemos neste planeta terra necessitamos de afecto.
    temos de preservar os afectos como um bem fundamental para o equílibrio quer dos humanso quer dos animais.
    Gostei do seu blogue. Vou voltar.
    Um abraço
    Anad

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  9. Não sei ao certo o siginificado do texto, imagino, e uma coisa posso afirmar: o texto é escrito com a nota Fa Maior...muito bom, comecei a ler, pensei em outro sentido, e quando descobri o real, ficou melhor ainda, desculpa a demora em responder...fim das provas...férias finalmente...um abraço na alma

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  10. *
    Fá menor
    ,
    quanta sensibilidade
    bebo na tua fonte,
    ,
    a dança espraiada
    pelas vagas trazidas
    dão vivas ás vidas
    nas marés libertas
    do salgado mar,
    ,
    bem hajas, amiga,
    ,
    *

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  11. Que comovente texto! Parabéns...

    É verdade que andámos um pouco ausentes, mas foi porque tivemos problemas no nosso computador e o muito trabalho do costume. Agora estamos de regresso com novos posts, para já no Caminho do Coração e no Poesia Viva!

    Um abraço e esperamos também por si!

    Isabel

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  12. Que lindo teu texto, pura ternura do encontro de uma mãe com seus filhos!Como faz falta um abraço sincero!

    Ane/De Outro Mundo💙

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  13. Olá Fá
    Lindo texto, obrigada pelas felicitações no blog, gostei muito, abraços.

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  14. A fluência da vida e de tudo o que existe

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  15. Que maravilha!!!
    A vida em toda a sua plenitude, neste adorável pedacinho de texto!
    São estes afectos, que se tornam os nossos melhores alicerces, pela vida fora...
    Adorei cada palavra, Fá! Beijinhos! Continuação de um feliz Maio!
    Ana

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Truman Capote diz:
«Quando se trata de escrever,
acredito mais na tesoura do que na caneta.»...
Mas eu escrevo aqui por entre o imaginado e o sentido; e
«Entre meus rabiscos e minhas ideias há um mundo de sentimentos.» (Marcelle Melo)
.
Leia pf: Indicações sobre os Comentários

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