19/07/2009

[2] Outras Gotas

(anterior)

A IPSS local tomou conhecimento das aparentes necessidades do José, através de um dos directores, que atentou na situação e levou o problema à reunião de direcção. A direcção deliberou avaliar a situação e estudar as possibilidades de resolução. Talvez conseguir-lhe um subsídio eventual para as obras do telhado e trazê-lo para o Centro de Dia onde tomaria as refeições e o banho.
Dois dos directores ficaram responsáveis pelo caso e, no dia seguinte, falaram com a Assistente Social da Instituição.
Seria preciso, primeiro, conhecer a fundo a situação e dar apoio perceptivo ao José, ou seja, ajudá-lo a perceber e a avaliar o seu problema, a dar-lhe significado e a estabelecer objectivos realistas e, só depois, dar-lhe o apoio instrumental: ajudá-lo a resolver o problema através da prestação concreta de bens e serviços. O problema é, primeiramente, do José, ele é que tem de querer resolvê-lo, se conseguir perceber que tem um problema e que o quer resolver.
Combinaram fazer uma visita ao José, ficando incumbido de o abordar, para conseguir agendar a visita ao domicílio, o director que trouxe o problema à discussão, o qual teria mais hipóteses de ser bem sucedido, uma vez que tem alguma confiança com ele.

Passados dois dias a visita estava marcada. O José disse que sim, que podiam ir lá falar com ele quando quisessem. Seria então no dia seguinte.

Continua

14 comentários:

  1. As responsabilidades sociais estão nos organismos privados...

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  2. Querida Fa

    São cada vez mais e maiores as situações de carência na população portuguesa, fruto da degradação das condições sociais, financeiras e de enquadramento familiar.

    O Estado parece ignorar as situações no seu pormenor, escudando-se numa "crise", em medidas genéricas, de quem não sente de perto tão graves problemas.

    Ao José, e a tantos "Josés" que sofrem vai-lhes valendo a acção meritória e voluntariosa de umas tantas pessoas que ainda entendem as palavras "valor" e "partilha"...

    Continuam, contudo, sem receber o reconhecimento merecido, por vezes até a burocracia procura destruir os seus ideais.

    Beim hajas por este teu trabalho de informação e de sensibilização concretizado com uma excelente qualidade literária.

    Beijinhos.

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  3. Aguardo o desfecho da história, torcendo para que o José consiga, enfim, ser bem assistido! Boa semana.

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  4. ... retenho aquilo que me parece ser bem pertinente e fulcral: saber da "disponibilidade" de quem precisa de ser apoiado, a cooperar nesse processo, de modo a que o mesmo não se torne uma mera entrega de bens e serviços muitas vez (infelizmente) desaproveitados...

    beijos.

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  5. Há IPSS, organismos privados mas com enormes subsídios do Estado (para comentar o que o António e o Vicktor disseram), que levam a cabo as medidas previstas nos acordos de cooperação que estabelecem com os Centros Regionais de Segurança Social (julgo que ainda é assim que se chamam).
    É o exemplo que estás a relatar, neste e no post anterior, onde a Direcção, e por certo o seu corpo técnico, querem ajudar o José, muito embora ainda não tenhas contado o desfecho do caso.
    Outras IPSS há, porém, porventura as que mais se queixam da falta de apoios do Estado, que não rentabilizam socialmente o dinheiro recebido e até o transferem para outras actividades ou valências bem menos sociais (sei do que falo...).
    Por isso, seja qual for o desfecho, o meu aplauso para esta iniciativa de ajuda.
    Continua querida amiga, estou a gostar de ler a história e os comentários à mesma.
    Beijo.

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  6. Fico a ansiar pelo desenvolvimento desta história... e se o José, terá finalmente direito, a uma vida mais digna... dada a sua condição... parece que tudo se encaminha nesse sentido... mas...
    Vou ficar a aguardar!!! Beijinhos! Feliz e inspirada semana!
    Ana

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  7. Olá, Ana!
    A história está toda publicada. Neste post tem o link para o próximo em "continua". Depois há ainda o 4 e o 5 em Agosto de 2009 - separador "folhas marcadas".
    Beijinhos.

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  8. Celso Cabral10:55

    Fá,

    Já li a história completa.
    Fiquei aliviado por ter visto que o final foi feliz
    (quando li o 1º fragmento, fiquei algo desconfiado).
    Contente e animado.
    Contudo, alguma tristeza permanece no meu pensamento,
    porque sei que, infelizmente,
    o nosso país ainda pode ser palco de situações de miséria,
    a carecer de apoio, que tarda!
    Grande abraço

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  9. Muito grata, Celso Cabral.

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  10. Cada vez mais temos um Portugal pintado de miséria!
    Tantos carenciados como o José.
    Que venham para ele dias melhores.
    Um grande beijinho Fá.
    Megy Maia☔💮☔

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  11. Puxa que situação...
    Já vi algo semelhante na vida real.
    É preciso olhar com carinho para pessoas
    que não tem mais família e ninguém com quem contar.
    🥺😘

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  12. Espero saber q ue pasara con Jose. Buen relato . Te mando un beso

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  13. Agora, a pandemia é outra grande desculpa para não haver meios para auxiliar. Celso, li o seu comentário, o cenário mais provável é mesmo muita miséria!

    Beijinhos

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Truman Capote diz:
«Quando se trata de escrever,
acredito mais na tesoura do que na caneta.»...
Mas eu escrevo aqui por entre o imaginado e o sentido; e
«Entre meus rabiscos e minhas ideias há um mundo de sentimentos.» (Marcelle Melo)
.
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