10/04/2013

A Casa dos Ratos 6

(anterior)

Os ratinhos cresceram. E começaram a olhar com maior insistência para o lado de fora. Algumas vezes mordiam as grades com uma certa esperança de as conseguirem desfazer. Mas os seus dentinhos não eram tão fortes assim que roessem aquele material, só faziam barulho naquelas malditas grades. E chiavam uns com os outros, mas eram chiados finos, quase gritos mudos a que os ouvidos dos donos não davam importância. Estes pensavam que eles se andavam a divertir, quando o que eles faziam era ralhar e lutar uns com os outros de tão descontentes que se achavam. É que, por vezes, até se acabava a comida, pois a dona ainda não se apercebera bem de que eles tinham crescido rapidamente e que precisavam de maior dose de alimento. Isso era um inferno. E sonhavam alto com outra vida lá fora. Os olhos daquele gato-guarda não andavam por perto havia alguns dias, talvez ele se tivesse cansado de os espreitar ou tivesse tirado uns dias de férias. Quem sabe, seria uma boa altura para pôr em prática um plano de fuga… mas eles ainda não tinham arranjado um plano. Agora começavam a perceber que estava mais do que na hora de pensarem a sério nisso.

(continua)

16 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

Tenho de ler desde mais atrás e perceber uma narrativa que promete :)

Um beijinho

Emília Pinto disse...

Gostei do seu post,uma estória, curta e inteligente.
Já a canção brasileira diz"o passarinho ,quando canta na gaiola ,ele não canta ele pede para ir embora", estará como os seus ratinhos à espera da hora certa!
Até breve
Herminia

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e vamos segundo a casa dos ratos....

beijo

O Árabe disse...

Tudo bem, mas... por onde anda o Tonecas? :) Bom resto de semana!

Ana Tapadas disse...

Estes teus relatos transportam-me para um tempo tão bom...que narrativa encantadora!

Beijinho e bom fim de semana (toca a jardinar...).

ONG ALERTA disse...

Vamos continuando, bom fim de semana beijo Lisette.

. intemporal . disse...

.

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. de fato . aprisionados e sem comida . ainda que . por vezes . não dá .

.

. fico na expetativa de um plano mirabolante .

.

. um beijo meu . e um solarengo domingo .

.

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Nilson Barcelli disse...

Este episódio já tardava.
Fico à espera do plano de fuga. Quem sabe eles se finjam de mortos para escapar da gaiola quando a dona abrir a porta...
Menorzinha, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo.

Jorge disse...

Adorei esta narrativa!

Ailime disse...

Olá Fá e continuando a sorrir ao ler estas suas narrrativas tão engraçadas e muito bem escritas como sempre, fica o "supense" do próximo capítulo. Beijinhos obrigada. Ailime

SOL da Esteva disse...

Querida Fa

Um excelente relato que nos impressiona pela similitude.
Ratos somos sem que nos aumentem a dose de comida.
"[...] De liberdade e tontura
(...) Será sempre o que perdura[...]"
Soberano.


Beijos


SOL

O Árabe disse...

Nada ainda do Tonecas?! Onde anda o meu gato gordo preferido? :)Boa semana!

Ana Freire disse...

Um conto que nos faz sorrir... e no qual se estabelece também um excelente paralelismo com tantas expectativas de vida, sempre em suspenso por qualquer razão!
Beijinhos
Ana

Kinga K. disse...

El futuro no se puede predecir...

Sérgio Santos disse...

Me deixou mais curioso!

Porventura escrevo disse...

A casa dos ratos mimetiza a dos humanos
🙂

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