19/12/2012

A Casa dos Ratos 4

(anterior)

Os ratinhos na sua gaiola
Vão brincando e vão sonhando
Que um dia, não sabem quando
Mas um dia, qualquer dia
Hão-de roer e roer
Ou esticar, ou encolher
Mesmo a muito doer
E passar
De dentro para o outro lado
Debaixo dos bigodes do gato
Que os vigia deitado
Dolente e anafado
À espera de os caçar.
Desengane-se o gatarrão
Que não. Bem pode esperar sentado.

Da prisão à liberdade
Há grades com frestas estreitas
Que os separam do mundo

Aqui têm o que comer
Túneis por onde correr
Camas fofas e quentinhas
E enfeites ao pescoço
E lá fora o perigo espreita
Mas isto de se ser rato
Tem muito que se lhe diga…

Não é com fitas e laços
Nem com uma qualquer espiga
Numa gaiola bonita
Que se prende um ratinho.
A ânsia de aventura
Da frescura da noite ao luar
De liberdade e tontura
A roer o seu belo manjar
Será sempre o que perdura
Para lá de qualquer fechadura
Que teime em o agarrar.

(continua)

17 comentários:

Ailime disse...

Boa tarde amiga Fá,
Excelente o desfecho (?) desta maravilhosa historia dos ratinhos!
Feliz Natal também para si e sua Família e esperança de que 2013 nos agracie com a liberdade que cada vez mais se nos escapa. Beijinhos e muito obrigada pela sua presença nos meus cantinhos. Ailime

Isa Lisboa disse...

Um poema ao desejo de liberdade! Gostei :)

Deixo também os meus desejos de um Bom Natal e de um Feliz Ano Novo!

Beijos

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

já não há gatos como antigamente...

rs

santo natal para ti

beijo

Nilson Barcelli disse...

A liberdade da prisão...
Adorei os teus versos aos ratinhos.

Beijo, querida amiga.

O Árabe disse...

E somos todos ratinhos, não? Só que muda é o queijo! :) Feliz Natal, amiga; maravilhoso 2013!

Lilá(s) disse...

Passando para desejar que a passagem para 2013 seja de muita luz harmonia e Paz.
Beijinhos
╔═════════ ೋღღೋ ══════╗
ೋ ♫ FELIZ ANO NOVO ♫ ೋ
╚═════════ ೋღღೋ ══════╝

. intemporal . disse...

.

.

. ui . :) . aqui há rato . e gato .

.

. porque afinal . nem só de prosa se vive aqui .

.

. que bom . sento.me e sinto.me .

.

. em casa .

.

. um beijo meu .

.

.

Nilson Barcelli disse...

Vim à procura de mais ratos... fora da gaiola...
Fá, minha querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.

ONG ALERTA disse...

Interessante beijo Lisette.

Petrus Monte Real disse...

Fá,

Muito obrigado,
pelo poema
e votos de feliz 2013,
que retribuo carinhosamente.

Espero que o novo ano
permita alimentar o Sonho e a Esperança!

Grato pela visita e simpáticas palavras!
Um abraço de amizade.

vieira calado disse...

E deve ser dura, essa vida de rato!
Safa!

Beijinho para si!

Ana Tapadas disse...

Gostei muito de aqui vir, pois pude ler um belo poema com anseios de liberdade!

Beijinhos

Berço do Mundo disse...

A liberdade é tão preciosa que os seres irracionais buscam-na de uma forma incisiva e determinada. Lindos os seus versos.
Que sejamos ratinhos contorcionistas e que passemos por essas grades rumo à vida.
Um beijinho e uma doce semana
Ruthia d'O berço do Mundo

P.S. Obrigada pela linda mensagem de boas festas que me deixou lá no blog.

Ana Freire disse...

Que texto adorável, Fá!
De facto são uns animais que se sabem cuidar muito bem, e adaptar ao meio dos homens, até mesmo em pleno meio urbano...
Mais um belíssimo momento poético, e sempre com uma pertinente mensagem! A liberdade é tudo!...
Beijinhos! Continuação de uma feliz semana!
Ana

J. S. Vila disse...

Qué bello poema llena de felicidad a las personas al ser leído. Unos versos preciosos y bonitos.

Sérgio Santos disse...

Adorei, Fá!!!!!

Porventura escrevo disse...

Criativo
🙂

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